PALIMPSESTO

Estar em dúvida não é uma circunstância. É um estado do ser. Por mais que tentemos evitar, não adianta: vem a tal da interrogação. Comprar ou vender? Sair ou não sair? Gostar ou não gostar? Eis a questão. Contudo, talvez seria melhor se a energia gasta com a dúvida, fosse dispendida com a atitude. Ao invés de nos questiornarmos sobre "fazer ou não fazer", por que não afirmar "eu fiz!" ou "eu não fiz!". Só então, depois, passada a primeira etapa, é que iremos direcionar nossa energia para o questionamento "e agora?" Nesse momento, um ponto de interrogação é carinhosamente aceito. Deixamos de lado a dúvida do "se" para trazermos o prazer da incerteza do "e agora?" Desse modo, transformamos nosso pergaminho da vida em um riscado palimpsesto, que embora raspado, ainda está cheio de marcas de nossa história, permitindo escrever nosso caminho. Afinal, a dúvida pode até ser um estímulo, mas são as atitudes - certas ou não - que nos tornam fortes.

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