Tá bom, eu falo: eleições 2014!


Um pedido de respeito a favor dos nordestinos

(Ou 05 motivos para você calar a sua maldita boca sobre eles!)


Até o dia 26/10 eu me recusei a discutir ou opinar sobre qualquer aspecto relacionado à política, principalmente por meio de redes sociais. Já é difícil debater “face a face”, imagina no Face (putz, que trocadilho horrível) em que o ambiente virtual estimula a covardia e o anonimato. Mesmo ontem, após o encerramento do 2º turno, eu me recusei a acessar meu feed de notícias. Não queria confirmar o que já imaginava.
Mas, não adiantou. Hoje, com o ingênuo pensamento de que esse ódio regional, criado-mantido-manipulado-incentivado pela mídia havia acabado, deparei-me com um dos mais nojentos e imbecis comportamentos humanos: o preconceito. Frases, textos, imagens, gritos, urros, todos direcionados para uma única parte da população brasileira (sim, não sei se você se lembra, mas somos TODOS brasileiros): os Nordestinos.
Diante de tanta falta de respeito, decidi me pronunciar. Posso não querer rebater argumentos políticos, mas, meu amigo, quando se trata de desrespeito, eu não me permito compactuar. E o silêncio é uma forma de ser conivente. Talvez a pior delas, já que deixa o ódio se propagar.
Tudo bem, senhor eleitor-que-nunca-votaria-na Dilma, eu lhe digo quem sou: professora e apartidária. Sim, não sou rica. Também não sou filiada a nenhum partido. Petista? Nem de longe. Mas, diante do cenário político que vivenciamos, eu nunca aceitaria correr o risco de votar em alguém que pudesse negar o mínimo que um cidadão deve ter: dignidade. Por isso, votei na Dilma.

Pronto? Já parou de xingar? Agora, com o uso da razão, comece a pensar. Não na política, mas no absurdo que está saindo da sua boca (ou de seu teclado) sobre o fato dos nordestinos serem “culpados” de alguma coisa, seja por eleger a Dilma ou até mesmo pela situação em que nosso país se encontra. Tudo bem, vai, você gosta de argumentos fundamentados (embora os seus, geralmente, não os são), então, lá vai:
  1. Rio de Janeiro e Minas Gerais estão entre os 10 estados em que a candidata mais obteve votos: 14.488.183 e 5.979.422. Será que estes estados estão na região do Nordeste?
  2. A diferença absoluta entre os dois candidatos foi de quase 3 milhões de votos. Logo, se somente os eleitores dos votos inválidos tivessem se manifestado, seria possível um outro resultado. Agora, imagine com relação às 2abstenções: 27,6 milhões de eleitores! Portanto, temos os votos nulos, brancos, as abstenções e os...Nordestinos! Quem será que você decidi culpar?
  3. Votar em quem rouba realmente é sinônimo de burrice, certo? Concordo, quando se diz que foi eleita a representante de um partido envolvida em escândalos como os da Petrobrás e do Metrô de São Paulo. Ops! Errei, este último não pertence ao PT, mas sim, ao PSDB, partido do representante que nós, paulistas inteligentes, iríamos eleger.
  4. O Bolsa – Família foi mantido? Sim, como tantos outros auxílios, como o seguro – desemprego. Inclusive, vale lembrar que 399,5% dos beneficiários do programa continuam trabalhando, mesmo recebendo o repasse de renda e que o Nordeste, em 2013, foi a região que mais cresceu com relação ao 4número de pessoas trabalhando – sim, amigo, mais que o Sudeste!
  5. Por último, por mais que você esbraveje, grite, chore ou se descabele, vivemos em uma nação que possui como um dos 5objetivos fundamentais promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Sei que é difícil aceitar o óbvio, mas, há várias opções, como...É...Mudar-se do país!  
Portanto, eu poderia dizer que aqueles que estão com esse discurso discriminatório e preconceituoso deveriam ser chamados de imbecis, pois são um grupo de m@&$ e que devem calar a p&#$@ da boca! Porém, agir desse modo significa também assim o ser. Por isso, deixo um pouco do que o colega nordestino do vídeo tem e que a vocês falta: educação, respeito e inteligência.


1Disponível em: http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/blog/eleicao-em-numeros/post/grafico-mostra-vantagem-de-votos-obtida-por-dilma-ou-aecio-nos-estados.html
5 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm

Sujar-se!




Parque Curupira: espaço natural (ou quase) em meio à urbana Ribeirão Preto. Ainda que suas quedas d´agua sejam artificiais, o ar limpo e o verde é o que prevalecem. E o que motiva: adeptos da caminhada e corrida fazem do local uma "academia" ao ar livre. Assim também o sou. Não tão assídua. Mas persistente. Diria, até, insistente. Não só por caminhar. Não só por hábitos saudáveis. Mas também por querer/gostar de ficar comigo mesma. Pois assim é que me sinto quando caminho: eu comigo. Contudo, não foi assim sexta - feira. Ao contrário, vi quantas podem haver em mim. Melhor: não vi. Fizeram-me ver. 

 Foi na segunda volta. Havia percebido um barro denso, no meio da pista de corridas. Porém, ainda não sabia de onde era. Até que parei para atender o celular. Foi então que observei, no meio do parque: uma pequeno lago de lama. Bem ali, próximo à entrada da pista. Voltei a correr, mas agora com a ressalva: tomar o cuidado de não me sujar. Foi o que fiz. Desviava da lama, durante todas as voltas. Só não contava com um fato: nem sempre desviar-se é suficiente. Ás vezes, é preciso mudar o caminho. Como não o fiz, acabei me sujando. Mesmo sem ter pisado na lama. Saí com lodo. Na mente. No pensamento.Tudo isso, graças a um grupo. Não de corredores. Não de atletas. Mas de sujadores! Isso, cinco crianças que me deixaram imunda. E sequer perceberam. Pois, do mesmo lodo do qual me desviei, elas não. Ao contrário, ao perceberem-no, quiseram senti-lo. E fizeram mais: transformaram-no em uma piscina. De risos. De brincadeiras. Assim, todas sujas, gargalhavam. Uma das outras. De si mesmas. Como se aquilo não fosse lama. Como se sujas não estivessem. Daquele mesmo lodo do qual me desviei...

Fui embora. Apesar das roupas limpas, meus pensamentos estavam sujos. De idéias. De reflexões. De como aquilo era uma situação cotidiana. Irritavelmente rotineira. E não a percebemos. Ou melhor, preferimos não percebê-la. Isso porque, optamos sempre por estarmos limpos. Sujar-se significa por-se em risco. É tentar. E não queremos isso. Desejamos o conforto da higiene, da limpeza. Só que nos esquecemos de algo: assim como as crianças, podemos, certamente, sermos felizes quando nos sujamos. Melhor: podemos gargalhar. De nós mesmos. Dos outros. Da vida. Evitar a lama, o lodo possível (mas não certo) que a vida nos dá é não arriscar. É não tentar. E uma vida sem tentativas, é o mesmo que pescar sem isca. Não tem sentido. Grito então: vamos nos sujar! Vamos pedir que a vida nos suje! De experiências. De tentativas. De oportunidades.
Ligue pra ele no dia seguinte (ainda que ele não atenda!)
Chame aquela amiga pra sair (mesmo que ela recuse!)
Apresente o projeto à empresa (sim, ele pode ser negado. E daí?)
Assuma quem você é (não importa se os outros vão assumir você ou não!)

Lama. Lodo. Isso, na minha visão. Já para as crianças. Risadas. Gargalhadas. Mesma paisagem. Porém, perspectivas diferentes. Todos veem. Mas cada um decide o que quer enxergar. Eu, vi lama. Elas, divertimento.

E você? O quanto se permite sujar?
Eu? Sou lama...Sou lodo....

Quantas tatuagens?


       Foi em um de nossos encontros aos sábados. Logo após o almoço, dentro do carro. Quando tomei consciência, já as tinhas. E nunca havia percebido. Minhas tatuagens. Espalhadas pelo corpo, como uma história em quadrinhos. E, só as vi, quando a Ana terminou de narrar os fatos.
          Contava a história de uma amiga. Melhor, de uma "parcerona" (grifos da Ana). Falava das aventuras, dos dramas, amores, perdas que a amiga tivera. Tantos eram que só sentir não era suficiente. Precisava registrar. Não com fotos, não em livros ou cadernos. No corpo. De tal forma que sempre visse. Mesmo quando não quisesse, já que o espelho não nos dá essa chance. Foi então que deu um nó. Melhor, um não: vários. Todos, em todo o cabelo. Mesma "parcerona", só que agora cheia de dreads. Tudo para marcar um amor que já não mais tinha.

       O sábado terminou. Mas, como os dreads, a história ficou em minha cabeça. Não me lembro de toda a narração. Mas, recordo-me do fato: transformar o cabelo para registrar uma experiência. Uma perda, uma saudade...Todos esses sentimentos que ficam desenhados em nós. Como tatuagem. Seja uma mudança no cabelo, uma cicatriz no braço ou até mesmo um desenho no corpo. Marcas que traduzem nossa história. Tanto que sentimos a necessidade de registrar. Por isso, cortamos o cabelo, mudamos o esmalte.  Qualquer coisa, desde que registremos nossas vivências.

       Tatoo, tatuagem, tatouage. Não importa o idioma. Em qualquer local, a técnica é igual: uma aplicação subcutânea. Para qual fim? Modificar a pele, mudar o corpo. Geralmente, feita por tatuadores. Mas, em grande parte, a arte é de nossa autoria.

        E aí? Quantas tatuagens você tem?

               ....Eu? Tenho muitas ainda pra tatuar...

INSISTA!!!!

         Isso. Eu poderia escolher o título de post. Não, não é da palavra da qual falo. É do sinal de pontuação. Mesmo porque, esta continuaria sendo no imperativo. Contudo, mesmo uma ordem pode ter seu jogo de atuação: ora ser uma obrigação, ora ser um questionamento ou até mesmo uma ironia. Quer ver como?

INSISTA? - Eu lhe daria a chance de me responder.
INSISTA! - Não, sem chances. Faça o que EU mando.
INSISTA... - Tudo bem, pode pensar.
INSISTA.  Sem sentimentos. Somente o faça.
INSISTA - Está livre...Decida  o que quer

         Por isso é que somos donos da língua: jogamos o NOSSO jogo, e não o que ela queira que joguemos. Porém, reflexões metalinguisticas à parte, eu escolhi o meu INSISTA - com vários pontos de interrogação. Mas, eles não foram suficientes. Ainda faltava algo para persuadi-los a insisitir. Então, posto o texto do Fabrício Carpinejar. Na verdade, não é um texto. É um ponto. E de exclamação. Portanto, pontuem o quanto quiserem! Deliciem-se...Fiquem à vontade!

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           Sempre insista. Fale mais do que seja possível pensar. Insista. Temos que ter a capacidade de superar as resistências. Toda primeira conversa enfrentará uma série de inconvenientes. Mas insista. Não recue com a gafe, com o estardalhaço, com a vergonha. Siga adiante. Comece a rir sozinha. Rir é receber a pergunta: o que você está rindo? Rir é ser perguntado. Não há motivo para rir, rir é se abraçar. Minha risada é meu gemido público. Acordar me deixa excitado.
          Talvez aquela amiga não queira namorá-lo para não estragar a amizade. Portanto, diga: quero hoje estragar nossa amizade. Estragar de jeito. Arruinar nossa amizade. Corromper nossa amizade.
           Estrague fundo, o amor pode estar recolhido nela. Mas não aceite tão rápido o que ela não acredita. É disfarce, vivemos disfarçados de normalzinho, de ponderado, de retraído, porque a verdade quando surge faz atitudes impensadas, como comer algodão-doce nesta terça-feira diante de uma escola de normalistas. Que saudades de acenar para uma freira dirigindo um fusca. Deus é uma freira dirigindo um fusca. Tenho saudades de me exibir cortando laranjas. As tiras simétricas, os cabelos loiros da laranjeira. Tenho saudade de passear com a minha laranjeira.
           Não se explique, insista. Eu não vou ficar esperando alguém me salvar. Eu mesmo me salvo. Eu mesmo me arrumo para a loucura.
          Insista. O apaixonado cria sua boca. Cria sua boca para cada boca. Caso tenha prometido ir atrás dele, vá. Telefone, ainda que atrasada dois anos da promessa. Volte atrás, não queria pensar com os olhos, a boca são olhos mais atentos.
          Não se intimide ao encontrar seu homem no momento errado. É sempre o momento errado. Seja o momento errado da vida dele. Mas seja parte da vida dele. Seja o erro mais contundente da vida dele. Seja a vida do seu erro, para ele errar mais seguido.
         Talvez aquele amigo não converse para manter a aparência de misterioso. Talvez ele nem saiba conversar, seja incompetente. Insista. Uma hora ele vai tomar um porre do seu silêncio, sentar no meio-fio e falar aramaico. Todo homem guardado uma hora fala aramaico. Insista, esteja perto para o sermão dos pássaros no viaduto.
          A vida mete medo quando ela não é formalidade, não temos como nos defender do que parte dos dentes. Tenha um medo assombroso da vida, que é mais justo, deixe a morte com ciúme e inveja, deixe a morte sem dançar.
          Não fique articulando frases inteligentes, comoventes, certas. Insista. Sei o valor de uma fantasia, mas insista. Tropeçar ainda é andar, pedir desculpa ainda é avançar, concentre-se na dispersão.
         Ninguém quer falar com ninguém. Mas insista. Na sala do dentista, no trem, no ônibus, no elevador. Insista. O que mais precisamos é estranheza para reencontrar a intimidade. Não há nada íntimo que não tenha sido estranho um dia. Seja estranho com o ascensorista, com o porteiro do prédio, com a colega. Declare-se apaixonado antecipadamente. Depois encontre um jeito de pagar.
         Ame por empréstimo. Ame devendo. Ame falindo.
         Mas não crie arrependimentos por aquilo que não foi feito. Sejamos mais reais em nossas dores. Tudo o que não aconteceu é perfeito. Dê chance para a imperfeição. Insista.
          Estou cansado de me defender - sou só ataque.
      Insisto.

Fabrício Carpinejar

Bodhrán


      Mais um novo "thuco" para meus instrumentos de percussão: BODHRÁN. De acordo com a Wikipedia, o bodhrán foi usado durante a rebelião irlandesa de 1603 como uma bateria de guerra, com o intuito de organizar os soldados e para anunciar a chegada militar.
     Contudo, conceituações à parte (já que na música o binômio é - conceito + sentimento), esse instrumento foi-me apresentado por um grupo irlandês do qual gosto muito.
     Ãh?! Disse "gosto"? Não, não. O qual "transbordo" muito: The Corrs. Essa banda, formada por quatro irmãos irlandeses, utiliza-se de instrumentos musicais celtas. Fazem, assim, uma música dos deuses (ou, para os deuses). Mas, como prentensiosa mortal que sou, aproprio-me dos sons, da melodia, dos arranjos, enfim, injeto essa erva alucinógena que é a música. Quer experimentar? Segue um trago!


    
      Nessa apresentação, a integrante Caroline Corr toca o Bodhrán.

Aprendizes ou... Professores?

        Diz ser o aprendiz aquele que sabe pouco de alguma coisa. Ou ainda, que está principiando em se exercitar em algo. Muito bem. Melhor: muito mal. Essa definição, certamente, não conheceu meus alunos. Ainda, sequer imaginou que eles, muitas vezes, não são principiantes: são "ensinantes". Possuem conhecimentos que não tem nada a ver com termos como sistema, ensino, escolar. Não, longe disso. E perto do quê? De termos como vida, experiências, vivências. E é nesse "âmbito escolar", ora denominado Vida, que eles se formam. E se tornam mestres, prontos para nos ensinar.

       Ao perceber isso, vi o quanto posso ser ensinada - por eles. Isso mesmo, esses principiantes tão minimamente reduzidos ao termo "alunos", podem sim, nos instruir. Mais ainda: podem nos constituir. Desse modo, meu novo marcador nesse post será: PROFESSORES (aqueles que ensinam). E, para demonstrar isso, vou postar uma texto, sempre produzido por um mestre.
        Portanto, sintam-se livres para aprender e BOA AULA!

Nossa história...


        Adoro a idéia de um livro com páginas em branco. Assim, sem nada, . Virgem de idéias, ele se torna objeto de desejo, à espera de sua defloração. E, ainda que sua pureza seja rompida, não há problemas: cada nova página suscita novas vontades, cheiros e apetites.
        E, como um livro, penso ser a história de nossas vidas. Cada novo período - horas, dias, meses e anos - uma nova página a ser escrita. Somente isso: desnudar a vida e registrá-la em nosso conto particular.
       Mas, como devem ser as grandes obras, nenhuma história tem uma só personagem. Por isso, ao folhearmos nossas páginas já escritas, vemos quantos co-autores já contribuíram para nossa narrativa.  De forma intensa, fizeram de cada capítulo um momento único, singular, tão importante que poderia ser origem de um novo livro.
        E, desse modo, é como vejo meus amigos. Hum...Não. É como vejo minha segunda família. O nome? Não é Miura nem Matos. Somos nós: Os Faxa!
        Sobrenome engraçado? Cristiane Matos Miura Faxa. Não soaria tão mal. Porém, ser Faxa não é simplesmente usar um nome; é uma questão de identidade. Japa, Pança, Furacão, Janola, Tim, Narigudo, Mú, Chapola, Chocola, Marafão. Cada um com seu livro, mas com algumas páginas em comum. E, para que eu compusesse esse post, foi necessário reler algumas delas....
        
        Minha página começa na oitava série, quinze anos. Idade desgastante. Melhor: irritante. Não se sabe muito da vida, mas a gente é o único que NÃO sabe disso. Na escola (até então E.E.P.S.G.David Carneiro Ewbank - como era grande esse nome!) várias mudanças ocorriam. Por causa de uma lei estadual, escolas até então rivais (pelo menos nos Jogos da Primavera..rssr..) deveriam unir os alunos. Assim, a escola Barão da Franca iria mandar seus aluninhos nerds para o CEDE (desculpem, mas era assim que pensávamos na época..rrs). E foi feito: novas classes, novo grupos. A partir de então, fomos nos encontrando (ou reencontrando?!?). 
        
       De forma bem peculiar, muitos caminhos foram traçados nesse período da oitava série (1997) até o terceiro colegial (2000). Brigas, risos, alegrias, discussões, nossa! Todo encontro era marcado por um fato. E o dia seguinte? Era a melhor parte. Um ligava pro outro, pra comentar, xingar ou somente rir. Se esses anos tivessem sido registrados em jornais, algumas notícias seriam assim:
         "Garoto é encontrado dormindo em banco de uma praça próximo ao Franca Shopping"
         "Grupos rivais brigam em festa de final de ano"
         "Encontrada jovem abraçada ao vaso sanitário. Teria bebido muito?"
         "Sobrenatural: meninos em chácara afirmam ter visto fantasmas"
         E por aí vão muitas...Poderia ficar aqui à noite toda e as notícias não se esgotariam.
         E, no final do ano de 2000, termina o ensino médio. Para muitos (e eu cheguei a ouvir) nossa amizade enfraqueceria. Isso porque, segundo esses "muitos", nós iríamos nos distanciar. Será?

         Bom, estamos já em 2010. Décimo ano de amizade. 10 anos, meus amigos. O que eu diria para os "muitos" daquela época?
         Hum...Verdade, geograficamente, acabamos nos distanciando: São José do Rio Preto, Franca, Ribeirão Preto, Pontal. Estamos em vários locais. Somos vários: analistas, advogados, fisioterapeutas, professores, representantes, pesquisadores, enfim. Mas, amizade enfraquecida? Nunca. Em nenhum momento. Ao contrário, Os Faxa aumentaram, em número e gênero: Dani (vulgo Blá-Blá-Blá), Má, Aline, Lívia, Van. Somos mais e melhores! E por isso, hoje, eu entendo o porquê dos comentários de que nós nos separaríamos. Ciúmes, inveja, "picuinha"... Isso não sei. Mas, sei que sempre gostei da idéia de sermos um grupo fechado e autoprotetivo (e como isso irritava aos outros!).

          Enfim, estamos juntos. Como sempre estivemos. Mesmo nas brigas, mesmo nas discussões. Somos os mesmos de 1997? Claro que não! AINDA BEM que não! Construímos novos valores, encontramos novas pessoas, reencontramo-nos com a gente mesmo! Descobrimo-nos! E assim o será. Sempre e sempre...Pois somos e estamos continuamente evoluindo, refletindo sobre nossos valores. Mas, o que importa, é a nossa essência. E isso, nossa amizade mantém. Ainda que fiquemos meses sem nos vermos, quando nos encontramos é como se uma conversa tivesse parado no dia anterior. E, então, haja energia para a noite toda!

          E é ISSO. OU TUDO isso. Somos nós: OS FAXA.
          O que mais amo? Nossas conversas (regadas a muita bebida e comida!).
          Do que mais sinto falta? Do barulho de nossas risadas, quando rimos todos juntos.
          E o que mais valorizo? A lealdade de vocês.

          E é por isso que criei esse post, na tentativa de verbalizar, de forma escrita, o que Os Faxa significam pra mim. Mais do que tudo: um livro já escrito (por sinal muito bem escrito por nós). Mas, ainda, com muitas páginas em branco, à espera de nossos lápis, canetas e pincéis...
          E aí? Estão afim? Eu, como sempre, estarei.