"Nós dois estava saindo quando eles chegou".
Estranhou a oração? Acho que não, já que muita gente fala/ouve uma frase dessa maneira. Mas, a questão não é o COMO, mas sim o PORQUÊ. E é esse o estudo que o linguísta Marcos Bagno faz em sua obra "Preconceito Linguístico: o que é, como se faz", Editora Loyola.
De forma clara e objetiva, não é necessário ser um especialista para que se entenda o livro. Em cada capítulo, o autor vai desvendando alguns mitos como "O português correto é o que se fala em Portugal", ou, "Norma culta ou norma padrão?", entre tantos outros. Utilizando - se de um discurso ora sério, ora engraçado (para não dizer sarcástico), Marcos Bagno nos mostra como nossa sociedade é preconceituosa com relação ao modo como as pessoas falam. E o pior: ninguém se manifesta e deixa que a situação continue assim, propagando ainda mais a exclusão linguística.
Portanto, não deixem de ler. O fato de não conhecermos, totalmente, a norma padrão não nos faz melhores ou piores do que ninguém. E, enquanto cidadãos, é nosso dever agirmos diante de tais situações. Por isso, "bora lá", meu povo, a se informar!
-------------------------------------------------------------------------------------------------------Resumo, fichamento, resenha. Nada feito. Quando o assunto é leitura, todas essas ferramentas são extremamente descartáveis. Isso porque, a leitura não é uma equação, na qual se encontra um resultado exato. Ao contrário, é uma inequação, quase sempre sem resposta (mesmo porque o que importam são as perguntas!). Assim, penso nos livros não como algo exato, mas sim, algo sinestésico: sentimos o cheiro, tocamos, o apreciamos e, porque não, o experimentamos. Isso mesmo! Como em um menu de restaurante, olhamos para o cardápio e, seguindo nossos instintos animais, selecionamos aquilo que mais nos dá vontade de comer. Mas, diferente de um prato comum, este saboreamos paulatinamente, pedaço a pedaço, com uma certa dose de sadismo literário. Portanto, não se acanhe! Chegue mais e fique à vontade para devorar - e por que não apimentar - a sugestão de prato do mês!
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Este livro, como grande parte das coisas boas que acontecem na vida, veio ao acaso. Foi num dia de trabalho não muito póetico, em meio a um sistema mecânico e sem sentidos. Contudo, algo com muito valor até mim veio. Ao chamar um próximo atendimento, eis que me deparo frente a uma cidadã não comum (se não a única): carregava um livro em mãos. Como um prato bem suculento, que faz a boca salivar, não me contive e pedi que me deixasse vê-lo. E, desde então, não consegui mais largá-lo.
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